Bruno Pacheco – Portal O Login da Notícia
ITACOATIARA (AM) – A prefeitura de Itacoatiara, no interior do Amazonas, quer gastar cerca de R$ 367 mil para construir um muro de concreto para cerca o perímetro do ‘lixão à céu aberto’ do município, localizado entre os bairros da Paz, Jauary II e Comunidade Esperança. Para o vereador Arnoud Lucas (PV), a medida visa coibir denúncias sobre as irregularidades do local, que foi palco de um incêndio de grandes proporções no final de outubro deste ano é considerado um problema ambiental na cidade.
“Há pouco tempo, o lixão à céu aberto de Itacoatiara pegou fogo, prejudicando a saúde de todos nós. Ocorre que esse lixão nem deveria mais existir, porque o município já foi condenado a fazer a desinstalação desse lixão e construir um aterro sanitário. E a prefeitura quer gastar quase R$ 400 mil para construir um muro e uma guarita para proibir que as pessoas mostrem a situação do lixão”, afirmou o vereador, nas redes sociais.
O contrato
O contrato foi homologado e foi publicado no Diário Oficial dos Municípios (DOM) em 1º de novembro deste ano, com assinatura do prefeito Mário Jorge Abrahim (PSC), pelo valor global de R$ 367.956,62 (trezentos e sessenta e sete mil, novecentos e cinquenta e seis reais e sessenta e dois centavos).
A empresa responsável pela construção do muro é a TF Comércio de Materiais de Construção Ltda (CNPJ nº 37.351.686/0001-75), com sede no bairro Petrópolis, em Manaus. De acordo com o documento, a construção da guarita e cerca de proteção em ‘mourões’ de concreto visa atender as necessidades da Secretaria Municipal de Infraestrutura (Seminf).
Relembre
No último 31 de outubro deste ano, um incêndio atingiu o lixão de Itacoatiara, que fica localizado na área urbana da cidade. O fogo se espalhou rapidamente pelos entulhos e logo uma grande quantidade de fumaça encobriu o município.
O lixão já foi alvo do Ministério Público do Amazonas (MP-AM) e da Justiça, que determinaram em 2019 que a Prefeitura de Itacoatiara desativasse o local e readequasse um novo aterro sanitário para a cidade. A medida, contudo, não foi atendida e o terreno continua operando.
Ao todo, o lixão recebe cerca de 100 toneladas de lixo diariamente e é responsável pela poluição dos igarapés Piramiri e Igaipauá, que deságuam no Rio Amazonas. Além disso, moradores reclamam do forte odor oriundo do terreno.