Bruno Pacheco – Da Redação O Login da Notícia
ITACOATIARA (AM) – O movimento estudantil amazonense está se mobilizando para realizar uma manifestação nesta sexta-feira, 28, a partir das 16h, na reitoria da Universidade do Estado do Amazonas (UEA), em Manaus, contra a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), que retirou o sistema de cotas que oferece 80% das vagas para estudantes do Estado que estão saindo do Ensino Médio e tentando ingressar no Ensino Superior.
Os estudantes pretendem se concentrar na reitoria da instituição, na avenida Djalma Batista, bairro Parque Dez de Novembro. “Não aceitamos as decisões arbitrárias do STF que retira a oportunidade dos estudantes amazonenses de ingressar na universidade. Um retrocesso na educação que não permitiremos!”, declarou, em nota, o Diretório Central dos Estudantes da UEA (DCE/UEA).
“É importante enfatizar que essa manifestação é de todos os amazonenses, sejam estudantes da UEA, de outras universidades ou de escolas públicas, seja da direita, centro ou esquerda, e até mesmo quem se diz apartidário. Estamos todos juntos aqui pelo mesmo objetivo: defender as cotas para a UEA”, reforçou o estudante Oliver Freire.
A manifestação acontece um dia após os estudantes realizarem um “tuitaço” nas redes sociais, com o objetivo de chamar a atenção de políticos e autoridades amazonenses, afim de buscarem apoio para o tema. Segundo o movimento, as cotas são importantes para o Estado do Amazonas e um reparo à educação, em relação ao ensino em outras regiões do País.
“Em muitas cidades do interior do Amazonas, a situação é de calamidade. Além de barreiras geográficas e socioeconomicas, os moradores dessas comunidades (ribeirinhas) não têm acesso à educação de qualidade, muitas vezes não têm acesso à internet, sofrem com a cheia de rios, a infraestrutura das escolas não é adequada, sofrem com a insegurança alimentar”, relatou o movimento.
Apoio
No Congresso Nacional, o apoio aos estudantes veio do deputado federal Amom Mandel (Cidadania-AM). O parlamentar uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) para reverter a decisão do STF e atender as reivindicações dos estudantes amazonenses.
Segundo o deputado, o Amazonas possui características geográficas e socioeconômicas específicas que precisam ser respeitadas e consideradas nesta decisão. Além disso, Amom afirmou estar em contato com os estudantes para discutir a pauta.
“Esse sistema de cotas permitiu que, durante todos esses anos, centenas de milhares de estudantes de baixa renda tivessem acesso à universidade. É impossível falar em garantir igualdade de condições de acesso quando claramente há uma disparidade em relação ao ensino e à condição socioeconômica no interior do Estado com o resto do Brasil”, declarou o parlamentar.