Temporal atinge povo Yanomami acampado às margens do Rio Negro, em Barcelos (AM)

Bruno Pacheco – Da Redação O Login da Notícia

ITACOATIARA (AM) – Centenas Yanomamis que estavam acampados nas margens do Rio Negro, em Barcelos (AM), foram atingidos por forte um temporal na última quarta-feira, 14, e deixaram adultos e crianças em estado de vulnerabilidade. O povo indígena se deslocava para a cidade para resolver o acesso a documentações e benefícios sociais. A situação foi exposta nesta segunda-feira, 19, pelo Ministério Público Federal (MPF).

Imagens do acampamento mostram os estragos do temporal causados nos Yanomami. Em coletiva de imprensa, o MPF comunicou que entrou com uma petição na União para que sejam adotadas medidas urgentes em apoio aos indígenas e que as demandas da população sejam supridas. Representantes da Associação Kurikama Yanomami também expõem o estado de vulnerabilidade psicológica.

A chuva forte destruiu bens e alimentos escassos, além de ferir crianças, segundo o MPF. O órgão ministerial destaca ainda que os problemas enfrentados pelos povos indígenas da região que perduram há mais de uma década e por conta da situação de grave violação de direitos humanos envolvendo os povos indígenas na região, incluindo crianças feridas, o órgão solicita ao governo federal e a órgãos vinculados que adotem providências imediatas para proteger os Yanomamis.

“A situação caótica em todo o estado do Amazonas é fruto do descaso do governo federal e da omissão dos governos estadual e municipais há mais de dez anos e atinge também outros povos e localidades do Amazonas (e da Amazônia), como os Madiha Kulina no rio Juruá, os Hupdah, Yuhupdeh e Nadëb no rio Negro, os Pirahã na calha do rio Madeira, e outros no alto rio Solimões”, declarou o MPF.

Fotos e vídeos do pânico e dos momentos de terror enfrentados pelos Yanomami, incluindo crianças, durante a tempestade na quarta-feira, vivendo sob barracas precárias no centro urbano de Barcelos por dias, semanas ou até meses, foram encaminhadas ao MPF e às autoridades. “Infelizmente a mesma situação se repete há anos nesta região e em outras do Amazonas e da Amazônia sem a adoção das medidas necessárias pelo poder público para cessar estas graves violações”.

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