Bruno Pacheco – Da Redação O Login da Notícia
ITACOATIARA (AM) – Os professores da rede pública de ensino municipal de Itacoatiara (a 270 quilômetros de Manaus), no interior do Amazonas, foram às ruas da cidade na tarde desta segunda-feira, 24, pedir o reajuste salarial na data-base e no piso nacional da categoria. As manifestações aconteceram de manhã e no final da tarde, às vésperas do aniversário do município.
Os protestos começaram as 7h30, na Praça de Nazaré, Centro de Itacoatiara. Os profissionais levaram cartazes e gritaram por respeito. As 16h30, os educadores voltaram a se reunir no Centro de Eventos Juracema Holanda, onde acontece as festas da cidade, que celebra 149 anos de idade neste 25 de abril.
As manifestações foram as primeiras desde que a audiência pública com o prefeito Mário Abrahim (PSC) foi aprovada, há uma semana, pelos vereadores da Câmara Municipal de Itacoatiara (CMI). Os educadores tiveram uma reunião com secretários do Executivo municipal na última quarta-feira, 19, mas reivindicam uma conversa com o gestor.
“Não estamos aqui para afrontar o poder público, algo que deixamos sempre claro, mas pedindo aquilo que nos é de direito. Queremos o nosso reajuste do piso nacional, que foi instituído em janeiro de 2023 e até agora não recebemos”, declarou a professora Valdenice Furtado, presidente do Sindicato dos Profissionais da Educação Municipal de Itacoatiara (Sinpemi).
A professora Maria José, que tem mais de 20 anos como educadora de Língua Portuguesa, expõe que nenhum reajuste foi repassado à categoria, mesmo com a portaria N° 17, do Ministério da Educação (MEC), publicada em janeiro deste ano, em que o governo estabelece o reajuste de 14,9% no piso salarial da classe em todo o País.
“A gente só está em busca do que é o melhor para a categoria e para a sociedade, porque um professor satisfeito trabalha com mais condições, melhor. Todos sabem que a Educação é massacrada […] sou professora nesse município há 22 anos e nunca tive problemas com um gestor municipal”, lamentou a educadora.
A prefeitura, por outro lado, afirma que tem buscado medidas afim de garantir o repasse dos servidores, mas que “não há recursos em caixa”. Há cerca de duas semanas, o prefeito Mário Abrahim apareceu em um vídeo recuando sobre o pagamento do reajuste da categoria, alegando que isso pode gerar um “conflito administrativo”, com docentes recebendo mais que ele, enquanto gestor.
A alternativa encontrada pela prefeitura foi o pedido de complementação, em que o Executivo municipal tem se programado para solicitar ao Ministério da Educação (MEC) realizasse o repasse do recurso restante para garantir o pagamento dos professores.
Entenda
Na última segunda-feira, 17, os vereadores de Itacoatiara aprovaram, por unanimidade, o pedido de uma audiência pública com o prefeito Mário Abrahim para tratar sobre o pagamento do reajuste do piso salarial e da data-base dos professores de educação básica do município. A medida foi aceita após o gestor deixar em evidência que recuaria sobre os benefícios, alegando “conflito administrativo”.
A convocação do prefeito foi aceita após o requerimento feito pelo vereador Arnoud Lucas (PV). A medida foi apresentada após os professores do sindicato municipal da cidade (Sinpemi) irem à Câmara da cidade reivindicar o reajuste e solicitar apoio dos parlamentares.
À reportagem, o vereador Arnoud Lucas declarou nesta segunda-feira, 24, que tem se mobilizado na Câmara de Itacoatiara para que a audiência pública com o prefeito Mário Abrahim seja nesta sexta-feira (28), as 17h, mas é preciso aguardar resposta dos parlamentares da Casa Legislativa do município. “Eu quero que seja sexta-feira. Mas estou esperando a resposta da câmara”, disse o parlamentar.