De Manaus, Cardeal da Amazônia embarca para o Vaticano para participar da escolha do novo papa

Ele é um dos sete cardeais brasileiros com direito a voto no conclave (Divulgação/Arquidiocese de Manaus)

Da Redação – Portal O Login da Notícia

O arcebispo de Manaus e cardeal da Amazônia, Dom Leonardo Steiner, embarcou na manhã desta quinta-feira (24) para o Vaticano, onde participará do Conclave — processo que definirá o novo papa. Ele é um dos sete cardeais brasileiros com direito a voto na eleição.

A escolha do sucessor de Francisco acontece após a morte do pontífice, ocorrida na última segunda-feira (21), às 2h35 (horário de Brasília). Francisco faleceu aos 88 anos, vítima de um Acidente Vascular Cerebral (AVC), seguido de falência cardíaca. Ele ocupou o cargo máximo da Igreja Católica por 12 anos.

Dom Leonardo chegou ao Aeroporto Internacional de Manaus – Eduardo Gomes por volta das 9h (horário local). No momento do embarque, estava acompanhado por um assessor, mas não quis falar com a imprensa. Ainda assim, cumprimentou alguns fiéis antes de seguir para a área de embarque.

O cardeal embarcou em um voo com destino a São Paulo, de onde seguirá em outro voo para Roma. Os detalhes da viagem não foram divulgados pela Arquidiocese de Manaus.

No dia da morte do líder da igreja católica, o arcebispo de Manaus conversou com a imprensa e destacou o compromisso do papa Francisco com os mais pobres, sua atenção às periferias e sua postura acolhedora diante dos desafios contemporâneos da Igreja.

“O nosso sentimento primeiro é de gratidão. É claro que sentimos, lamentamos muito, mas o nosso sentimento é de extrema gratidão. O papa Francisco devolveu à igreja fundamentos necessários e por isso somos extremamente gratos por isso”.

Quem é o Cardeal da Amazônia

Natural de Forquilhinha, no interior de Santa Catarina, Leonardo Ulrich Steiner nasceu em 6 de novembro de 1950. Ingressou na Ordem dos Frades Menores em 1972 e foi ordenado sacerdote em 1978 por Dom Paulo Evaristo Arns. É mestre em Filosofia pela Pontifícia Universidade Antonianum, em Roma, onde também obteve o doutorado.

Entre 1999 e 2003, atuou como secretário-geral da universidade. Ao retornar ao Brasil, foi vigário na Paróquia Bom Jesus, em Curitiba, e professor na Faculdade São Boaventura. Em 2005, tornou-se bispo da prelazia de São Félix do Araguaia, no Mato Grosso e, em 2011, foi nomeado bispo auxiliar de Brasília, acumulando também o cargo de secretário-geral da CNBB até 2019.

Nomeado arcebispo de Manaus em 2019, foi criado cardeal em 2022 por indicação do papa Francisco, recebendo o título de “Cardeal da Amazônia”. Seu lema episcopal é Verbum caro factum est — “O Verbo se fez carne”.

Como funciona o Conclave

Com a morte do papa Francisco, o Vaticano inicia oficialmente o processo de escolha do sucessor. O Conclave pode durar até 20 dias e só cardeais com menos de 80 anos têm direito a voto. Dos oito cardeais brasileiros, sete poderão participar da eleição.

Cardeais brasileiros com direito a voto no Conclave:

  • Leonardo Ulrich Steiner, arcebispo de Manaus – 74 anos
  • Sérgio da Rocha, arcebispo de Salvador e Primaz do Brasil – 65 anos
  • Jaime Spengler, arcebispo de Porto Alegre e presidente da CNBB – 64 anos
  • Odilo Scherer, arcebispo de São Paulo – 75 anos
  • Orani Tempesta, arcebispo do Rio de Janeiro – 74 anos
  • Paulo Cezar Costa, arcebispo de Brasília – 57 anos
  • João Braz de Aviz, arcebispo emérito de Brasília – 77 anos

O único cardeal brasileiro impedido de votar é Raymundo Damasceno, arcebispo emérito de Aparecida, que tem 87 anos. Apesar disso, ele integra o Colégio dos Cardeais, que continuará atuando em assuntos urgentes da Igreja até a eleição do novo pontífice.

A palavra “conclave” vem do latim cum clavis, que significa “fechado à chave”. Durante esse período, os cardeais ficam reclusos no Vaticano, na chamada “zona do Conclave”, e fazem um juramento de absoluto sigilo. Não podem usar telefones, ler jornais nem manter contato com o exterior, medidas tomadas para garantir a imparcialidade do processo.

As votações ocorrem dentro da Capela Sistina. Para ser eleito, o futuro papa precisa obter dois terços dos votos. Até quatro votações podem ser feitas por dia: duas pela manhã e duas à tarde. Se após três dias ninguém for eleito, há uma pausa de 24 horas para oração. Caso persistam os impasses, novas pausas são permitidas a cada sete votações.

Se, após 34 votações, nenhum nome alcançar os votos necessários, os dois cardeais mais votados disputam uma espécie de “segundo turno”, ainda exigindo dois terços dos votos para a eleição.

Quando um cardeal é escolhido, a Igreja pergunta se ele aceita o cargo. Se concordar, escolhe um novo nome e é conduzido à “Sala das Lágrimas”, onde veste as roupas papais. Logo após, o novo papa é anunciado ao mundo da sacada da Basílica de São Pedro com a frase: “Habemus Papam” (“Temos um Papa”).

(*)Com informações do G1 Amazonas

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