Cardeal e arcebispo de Manaus lamenta morte de Papa Francisco: ‘Tinha um carinho imenso pela nossa Amazônia’

Segundo o arcebispo, a relação próxima entre o Papa Francisco e a Amazônia foi constantemente renovada nos encontros entre o pontífice e o cardeal (Divulgação/Vatican News)

Da Redação – Portal O Login da Notícia

A morte do Papa Francisco, ocorrida nesta segunda-feira, 21, foi recebida com pesar e profunda gratidão pela Arquidiocese de Manaus. Em coletiva de imprensa, o Cardeal Dom Leonardo Steiner, arcebispo da capital amazonense, expressou os sentimentos da Igreja local diante da partida do pontífice, lembrado com carinho por sua atenção especial à Amazônia e aos povos originários.

Nós somos tão profundamente agradecidos, porque Papa Francisco tinha um carinho tão grande pela Amazônia, pelo pulmão da Terra, mas especialmente pelos seus povos, e especialmente os povos originários”, declarou o cardeal.

Segundo Dom Leonardo, embora a notícia tenha causado comoção, ela não foi inesperada: “Uma surpresa, mas não surpresa. Nós vimos acompanhando o estado de saúde de Papa Francisco e sabíamos que a situação era bastante delicada, mas sempre pensando que ele voltasse a ter a atuação que ele sempre teve.

Mesmo diante da dor, o cardeal ressaltou que o sentimento predominante entre os fiéis é o de reconhecimento por tudo o que Francisco representou para a Igreja e o mundo. “É claro, nós sentimos, nós lamentamos, mas o nosso primeiro sentimento é de gratidão. Gratidão porque Papa Francisco nos devolveu na Igreja fundamentos necessários para a nossa Igreja. Uma das primeiras convocações que ele nos fez foi a misericórdia, o Ano da Misericórdia, recordando que o mistério do amor está envolvido pela misericórdia, misericórdia que é a expressão do amor.

Dom Leonardo também destacou a relevância da contribuição do Papa argentino para a pauta ambiental, especialmente com a encíclica Laudato Si’, publicada em 2015. “Nenhum Papa nos alertou tanto e nos convidou tanto a cuidarmos da casa comum, a cuidarmos da natureza.” Ele recordou o impacto do documento no meio científico e sua importância durante a Conferência do Clima em Paris (COP21), onde representou a Santa Sé: “Encontrando uma vez um grande cientista da Alemanha, ele dizia: ‘nunca esperei que a Igreja fosse nos presentear com um texto tão extraordinário’. Eu sou cientista, não pensei que a Igreja fosse nos dar de presente um dom tão grande quanto esse texto da Laudato Si.

Segundo o arcebispo, a relação próxima entre o Papa Francisco e a Amazônia foi constantemente renovada nos encontros entre o pontífice e o cardeal. “Sempre que nos encontrávamos, ele perguntava: ‘E a nossa Amazônia como vai? A querida Amazônia como está?’”, contou o arcebispo. Para Dom Leonardo, essa preocupação constante era um reflexo da visão missionária do Papa: “Sempre entendendo a necessidade e sempre de novo nos incentivando como Igreja, ser uma Igreja muito presente, uma Igreja missionária, uma Igreja que ajuda na transformação social.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

YouTube
YouTube
Instagram
WhatsApp
error: Você não tem permissão para copiar o conteúdo desta página, obrigado!!! You do not have permission to copy the content of this page, thank you!!