Sem previsão de encerramento, greve dos Auditores-Fiscais pode causar atraso nas entregas do PIM

PIM

Os dois terminais portuários da capital Manaus recebem juntos cerca de 40 mil contêineres por mês (Foto/Divulgação)

Da Redação – Portal O Login da Notícia

A greve dos Auditores-Fiscais da Receita Federal do Brasil, iniciada em 26 de novembro, está se intensificando e já impacta diversos setores da economia. Sem qualquer avanço nas negociações com o Governo Federal, a categoria mantém a paralisação por tempo indeterminado, ampliando a operação-padrão nas aduanas e elevando o risco de um colapso logístico e econômico no país. No Polo Industrial de Manaus (PIM), os efeitos já começam a ser sentidos, com risco de atraso na entrega de insumos e produtos acabados.

O Distrito Industrial de Manaus, que depende diretamente da liberação de insumos importados, já sente os reflexos da greve, com impactos na produção e nos prazos de entrega. A demora na liberação das mercadorias pode levar ao desabastecimento de itens fundamentais para a indústria e o comércio, agravando os custos para empresas e consumidores. As ações foram comunicadas durante reunião seguida de entrevista coletiva à imprensa com os representantes da DS Amazonas – Sindifisco Nacional Sindicato dos Auditores Fiscais da Receita Federal do Brasil e dirigentes dos setores produtivos do Amazonas, na sede do Centro da Indústria do Estado do Amazonas (CIEAM) nesta quinta-feira, 30.

O Auditor-Fiscal Jairo Costa, integrante do Comando de Mobilização, reforça os impactos preliminares da paralisação. “O número de importações e exportações selecionadas para a verificação aumentou, o tempo de redirecionamento dessas importações também cresceu. Além disso, importações em canal verde de OEA estão sendo selecionadas para ações fiscais, e com isso os portos estão cheios.”

A situação nos terminais portuários da capital amazonense já é crítica, como destaca Marcelo Barbosa Peixoto, presidente do Sindicato dos Despachantes Aduaneiros (SIDAM). “Os terminais, na verdade, do final do ano para cá, resultaram em muito canal vermelho, foram mais de 180 canais vermelhos. Com isso, houve um congestionamento grande nos terminais, por conta da vistoria física. Então, no Super Terminais, estamos com uma lista de mais de 100 contêineres na ordem para descarga dentro do armazém, sem espaço nenhum. No Chibatão, o volume é menor. Desde o final do ano até agora, estamos numa lista extensa. Há caso de cliente que registrou no final do ano, deu vermelho e só foi desovado agora, depois de quase 30 dias”.

Aeroportos como o de Viracopos e Guarulhos já registram falta de espaço para armazenar cargas, enquanto portos sofrem com a sobrecarga logística. Apenas em Viracopos nas encomendas de remessa expressa já acumulam 75 mil cargas; e entre as encomendas comuns há um atraso no desembaraço de quase dez dias.

Além disso, a paralisação afeta as exportações, uma vez que produtos destinados ao mercado externo também precisam passar por fiscalização.

Acordo em aberto

Os Auditores-Fiscais estão se mobilizando devido à ausência de reajuste salarial e à falta de diálogo com o Ministério da Gestão e Inovação em Serviços Públicos (MGI). A categoria negocia desde 2022 a atualização dos vencimentos, que permanece sem reajuste no salário base, enquanto todas as outras carreiras já tiveram aumentos anunciados pelo Governo Federal.

Como parte das ações de intensificação da greve, os Auditores-Fiscais realizaram, de 20 a 24 de janeiro, a Semana da Mobilização Total, com protestos e paralisações estratégicas em todo o país. As atividades foram definidas durante reunião realizada na última sexta-feira (17) pelo Comando Nacional de Mobilização (CNM) e pela Direção Nacional do Sindifisco.

A categoria reivindica um reajuste equitativo a um percentual concedido a outras carreiras do serviço público. “Os Auditores-Fiscais da Receita Federal do Brasil são a única classe do serviço público federal que não recebeu nenhum reajuste salarial nos últimos oito anos. Outras categorias obtiveram aumentos de até 30% ou 27%”, destaca a nota divulgada pelo Sindifisco Nacional.

A greve também levanta preocupações em relação a acordos comerciais importantes do Brasil com parceiros internacionais, como China e União Europeia. Caso a paralisação evolua para uma greve total, o país pode enfrentar problemas diplomáticos e econômicos significativos.

(*)Com informações da Assessoria

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