Ator teve destaque na peça “Carnaval Futuro”, na capital paulista, após protagonizar telefilme na Rede Globo (Fotos: Nadja Kouchi)
Da Redação – Portal O Login da Notícia
Sair de uma cidade do interior do Amazonas para alcançar novos mundos Brasil afora não é uma tarefa fácil. O ator amazonense de Tabatinga, Diego Léo, no entanto, aproveita um momento de ascensão na carreira com sequências de apresentações “sold out” com a peça Carnaval Futuro, que esteve em cartaz no Centro Cultural São Paulo, na capital paulista.
A peça, que já está com previsão para futuras temporadas, além de trazer assuntos pertinentes envoltos na cultura carnavalesca, traz também Diego interpretando um dos protagonistas, o Mestre Sala. “Carnaval Futuro” é um espetáculo dirigido por Pedro Granato, profissional com experiência artística na tanto na direção, quanto edição e elenco. A obra foi criada em colaboração com o elenco e Ana Herman assina de forma inédita a dramaturgia.
Amazônida em Cena
Nascido em Tabatinga, município localizado a 1.106 quilômetros de Manaus, na fronteira do Brasil com Colômbia e Peru, o ator fala sobre a necessidade dessa conexão da cidade com o eixo cultural, e destaca a importância da representatividade.
“Falta mostrar mais da gente por aí. Tabatinga já se encontra na extremidade do Amazonas, uma cidade longe da capital. Não tem teatro, não tem cinema. Eu espero que muito em breve a gente consiga mudar essa realidade”, afirmou o ator.
No início desse ano, a Rede Globo exibiu o telefilme “Pés de Peixe”, que trouxe ao ator a visibilidade do protagonismo em rede nacional. Um telefilme com uma história tipicamente ribeirinha, onde protagonizou o jovem Guilherme, que recebe uma missão da própria comunidade.
“Me emociono quando lembro da minha mãe falando que Tabatinga inteira não saiu de casa pra assistir Pés de Peixe”, destaca Diego.
Profundidade teatral
A obra tem formato de um desfile carnavalesco, com carros alegóricos, alas e plateia disposta em corredor. É inspirada na revolução comportamental após a gripe espanhola quando houve uma explosão de eventos de massa e também nas recentes proibições do Carnaval de rua em 2022 com a pandemia.
“Esse projeto é um grande presente na minha vida. Estar em uma peça no Centro Cultural São Paulo, esse espaço cultural tão importante na cidade de São Paulo é de uma alegria imensa. E já temos outras datas fechadas em outros espaços, e acredito que a peça terá uma vida bem bonita.”
“Além disso, estar ajudando a contar essa história ao lado de pessoas tão incríveis, representar uma figura tão importante como o Mestre Sala e falar sobre questões tão urgentes como as crises climáticas, tudo isso através da perspectiva carnavalesca, me faz sentir bem honrado”, diz o ator.
A proposta é colocar na avenida a contradição no sistema econômico mundial onde bilionários como Elon Musk investem em viagens espaciais, ao passo que apoiam políticos autoritários que negam o aquecimento global.
“Na peça, a Porta Bandeira e o Mestre Sala são proibidos de continuar celebrando o carnaval. São roubados e obrigados a trabalhar na construção da nave que levará os bilionários para fora do planeta”, adianta Diego.
Quem é Diego Léo:
Diego Léo ator e diretor formado, desde 2018, pela Universidade do Estado do Amazonas, em Manaus. Atualmente mora em São Paulo, onde vive desde junho de 2021. No audiovisual interpretou Guilherme, protagonista do filme “Pés de Peixe”, filme exibido no programa Tela Quente na TV Globo. Também faz parte do elenco da série Notícias Populares, dirigido por Marcelo Caetano exibido pelo Canal Brasil.
Também esteve em temporada com a peça “Cidades Invisíveis”, com direção de Leonardo Bertholini. Em São Paulo fez cursos como o Intensivo de Atuação Para Cinema e Tv na Academia Internacional de Cinema (AIC) e também pesquisa a técnica de atuação de Lee Strasberg no Estúdio Estrela Straus.