Projeto foi aprovado pelo Senado em fevereiro e pela Câmara em março (Marcello Casal Jr./Agência Brasil)
Da Redação – Portal O Login da Notícia
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) vetou o fim das saídas temporárias de presos do regime semiaberto. O trecho vetado era um dos mais polêmicos do PL das Saidinhas aprovado pelo Congresso
“Entendemos que a proibição de visitas às famílias dos presos que já se encontram no regime semiaberto atenta contra valores fundamentais da Constituição”, justificou o ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski sobre o único veto do presidente.
“Simplesmente estamos sugerindo o veto à proibição de visitas à família em datas especiais. Na Páscoa, no Dia das Mães. Inclusive, a família é importante do ponto de vista cristão”, afirmou Lewandowski.
O restante do projeto foi mantido. As atualizações sancionadas por Lula estendem a ausência da saída temporária para condenados por todos os crimes hediondos, crimes com violência ou grave ameaça – anteriormente, apenas encarcerados por crimes hediondos resultantes em morte não tinham direito ao benefício. Também foi sancionada a necessidade de um exame criminológico para conquistar a benesse e a ampliação do uso de tornozeleiras eletrônicas nessas ocasiões.
Histórico
A proposta já tinha sido aprovada pela Câmara dos Deputados em 2022, ainda sob o governo de Jair Bolsonaro (PL), mas não passou pelo Senado na época. O tema voltou à pauta neste ano, em mais uma investida da chamada “bancada da bala” para tentar desestabilizar o governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Após passar pelo Senado com alterações, em fevereiro, o texto-base voltou à Câmara. A extrema direita abraçou o tema, a ponto de o secretário de segurança pública de São Paulo, Guilherme Derrite, ter sido temporariamente afastado do cargo para retornar à Câmara dos Deputados (para onde foi eleito em 2022) a tempo de participar da votação, que terminou com a aprovação do tema.
A pauta já é antiga e, ao contrário de outras discussões sobre segurança pública, mobiliza não apenas a extrema direita, mas também setores ao centro e até à esquerda do espectro político. Prova disso foi a aprovação no Senado com larga margem neste ano: 62 votos a 2.
A proposta foi criticada por entidades de defesa Direitos Humanos e em um parecer do Grupo de Trabalho da Defesa da Cidadania, do Ministério Público Federal, que apontou que o fim das saidinhas seria inconstitucional.
(*) Com informações do Brasil de Fato