‘Se tivesse provas, eu estaria preso’, disse o pastor Arison Aguiar (Bruno Pacheco/O Login)
Bruno Pacheco – Portal O Login da Notícia
ITACOATIARA (AM) – O pastor Arison Farias de Aguiar, responsável pelo Instituto Resgatando os Cativos em Itacoatiara (a 270 quilômetros de Manaus), negou as acusações feitas contra o projeto de recuperação de dependentes químicos no município. O líder religioso foi alvo de uma operação deflagrada nesta terça-feira, 27, pela Polícia Federal (PF), que investiga crimes de redução a condição análoga a de escravizado na entidade.
“Se tivesse provas, eu estaria preso”, declarou o pastor, ao ser questionado pela reportagem durante uma entrevista à imprensa em frente a uma das sedes do instituto em Itacoatiara.
Ao lado do filho Anderson Aguiar, Arison Aguiar falou ainda sobre uma possível relação da operação da Polícia Federal com o podcast da rádio Escafandro, disponível no Spotify, que denuncia o instituto de se beneficiar, por meio de obtenção de recursos, com a exposição na internet da imagem de usuários de drogas. “Não [tem relação], até porque eles não tem fundamento”, comentou o pastor.
‘Vão ter que nos engolir’
Ainda na entrevista, o filho do pastor também falou com a imprensa e fez um desabafo. Anderson Aguiar também é um dos homens à frente do projeto com os dependentes químicos, trabalhando com o pai.
“Eu costumo dizer que o Resgatando os Cativos é que nem massa de bolo, quanto mais bate, mais cresce. E a gente vai continuar exercendo esse trabalho em Itacoatiara e nas comunidades, e as pessoas vão ter que engolir”, desabafou Anderson.
Operação
A Polícia Federal deflagrou na manhã desta terça-feira, 27/2, a Operação Cativos para reprimir crimes de redução a condição análoga a de escravizado no Instituto Resgatando Os Cativos, localizado na cidade de Itacoatiara/AM.
A operação mobiliza 25 Policiais Federais, que cumprem três mandados de busca e apreensão, expedidos pela 4ª Vara Federal Criminal da SJAM, em locais estratégicos identificados durante as investigações.
Segundo apurado, os responsáveis pelo instituto destinado à recuperação de dependentes químicos submeteriam os internos a condições degradantes de higiene, sem alimentação adequada, submetendo-os a trabalhos forçados, além de realizarem a exploração da imagem deles em “lives” realizadas por meio das redes sociais com o objetivo de obter engajamento e recursos financeiros de doadores.
A Operação Cativos conta com a participação do Ministério Público do Trabalho, do Ministério do Trabalho e da Secretaria de Estado de Justiça, Direitos Humanos e Cidadania – SEJUSC-AM.