Reviravolta no Caso Débora: câmera registra Júlia e Gil Romero em Itacoatiara (AM) dois dias após o crime

Bruno Pacheco – Do Portal O Login da Notícia

ITACOATIARA (AM) – O caso de Débora da Silva Alves, de 18 anos, tomou novo rumo. Nesse sábado, 12, imagens de uma câmera de segurança, divulgadas pelo portal do Jotta, mostram que Gil Romero Machado Batista, de 41 anos, preso no Pará pela morte de Débora, esteve no município de Itacoatiara (a 270 quilômetros de Manaus) dois dias depois do assassinato da jovem, que estava grávida dele. Em um vídeo, é possível ver que a mulher do vigilante, Ana Júlia Azevedo Ribeiro, estava com o homem na cidade.

As imagens são de 1° de agosto, numa terça-feira, onde o casal aparece em um carro Celta preto, acompanhado de outra pessoa. O registro contradiz o depoimento que Ana Júlia tinha feito à polícia, em que ela afirma que não teria saído de Manaus e que viu Gil Romero pela última vez no dia 30 de julho deste ano.

Débora, que estava grávida de oito meses, desapareceu no dia 29 de julho de 2023, e teve o corpo encontrado, já esquartejado e carbonizado, em 3 de agosto, em uma área de mata no bairro Mauazinho, em Manaus. Gil, que seria o pai do bebê, foi preso como principal acusado do crime no dia 8 de agosto, na comunidade do Apolinário, em Curuá, no Pará.

Assista ao vídeo:

Defesa

Em nota, a defesa de Ana Júlia, por meio do advogado Vilson Gomes Benayon Filho, falou sobre o caso. No documento, Filho reitera que acredita na inocência de sua cliente e nega que ela tenha participado do feminicídio de Débora.

“A defesa de Ana Júlia Azevedo Ribeiro, reitera e acredita em sua inocência não tendo qualquer participação no evento delituoso que vitimou Débora, e que todos esses fatos amplamente divulgados na mídia, já fazem parte do inquérito policial que se encontra em segredo absoluto de Justiça. Por fim acreditamos no trabalho da Polícia Civil do Estado do Amazonas e continuamos à disposição das autoridades policiais como sempre estivemos desde que assumimos a defesa de Ana Júlia“, diz o comunicado.

Confesso

Durante coletiva de imprensa na quinta-feira, 10, o delegado-geral da PC-AM, Bruno Fraga, falou sobre a terceira fase do Caso Débora e o desfecho das investigações, e que, ainda, Gil Romero confessou o crime.

“Apresentamos o desfecho desse crime bárbaro, que chocou a sociedade. Não temos palavras para mensurar o tamanho dessa crueldade. Durante depoimento, o principal suspeito confessou o delito, informou sobre a morte do bebê e detalhou toda a dinâmica da ação criminosa”, disse o delegado-geral.

Dinâmica do crime

No decorrer da coletiva, a delegada Deborah Barreiros, adjunta da DEHS, detalhou toda a dinâmica do fato, que foi contado por Gil Romero após acareação, juntamente com José Nilson Azevedo da Silva, conhecido como “Nego”, que foi preso no dia 3 de agosto, pela participação no crime.

“Agora conseguimos entender de fato o que aconteceu. Gil Romero atraiu Débora até aquela usina, onde ele trabalhava como vigilante, para tratarem sobre a paternidade do bebê. Ainda dentro de um carro Honda Civic, eles iniciaram uma discussão, pelo fato dela estar exigindo utensílios para sua gravidez, bem como para seu bebê, motivo pelo qual ele a agrediu fisicamente e a deixou desacordada”, detalha a delegada.

Segundo a autoridade policial, nesse momento ele chama “Nego”, e ambos pegam uma corda e estrangulam a jovem. Em seguida, eles a levam para um galpão onde atearam fogo em seu corpo, a colocaram dentro um tonel e jogaram naquela área de mata.

“No entanto, Gil Romero já em seu trabalho, pensou que se a criança fosse localizada, ele seria apontado como principal suspeito, motivo pelo qual, pegou uma faca de pão, abriu a barriga da jovem e retirou o bebê, que já estava morto, e colocou dentro de uma saca de estopa, junto com diversos materiais de restos de obra”, contou Deborah.

Ainda em depoimento, Gil Romero conta que colocou a saca dentro do porta-malas de seu carro, e foi até o Porto da Ceasa, zona sul, onde pegou um catraieiro e disse que precisava atravessar para o município de Careiro (a 88 quilômetros de Manaus), onde no meio da viagem, jogou a saca dentro do rio, que afundou devido ao peso. Em seguida, pegou outro catraieiro e voltou para Manaus.

Após tomar conhecimento das notícias do desaparecimento de Débora, e sabendo que seria procurado pela Polícia, ele disse à família que havia feito ‘uma grande besteira’, e precisava fugir.

A delegada Deborah acrescenta que não é descartada a participação de uma terceira pessoa, e isso continua sendo apurado. Também será aguardada a finalização do laudo pericial para que o Inquérito Policial (IP) seja encerrado.

Procedimentos

Gil Romero e José Nilson responderão pelos crimes de feminicídio qualificado, aborto e ocultação de cadáver. Ambos ficarão à disposição da Justiça.

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