Ex-presidente da Funai é indiciado pela PF por omissão no assassinato de Dom Phillips e Bruno Pereira

Bruno Pacheco – Da Redação O Login da Notícia

ITACOATIARA (AM) – O ex-presidente da Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai), Marcelo Xavier, foi indiciado pela Polícia Federal (PF) por omissão no assassinato do jornalista britânico Dominic Mark Phillips e do indigenista brasileiro Bruno Araújo Pereira. Segundo a corporação, Xavier não tomou as as providências necessárias para garantir a segurança na região amazônica, que resultou no fatídico crime.

Dom e Bruno foram mortos em junho do ano passado, após serem pegos uma emboscada no Amazonas, no Vale do Javari, considerada a segunda maior terra indígena do Brasil. Segundo informações do g1, no entendimento da PF, Xavier recebeu várias notificações sobre perigos na região, principalmente, após a morte do servidor Maxciel dos Santos, mas não tomou providência.

Além de Xavier, que assumiu o cargo de presidente da Funai em 2019 e foi exonerado em dezembro do ano passado, a PF também indiciou o ex-coordenador-geral de Monitoramento Territorial da fundação, Alcir Amaral Teixeira, responsável pela segurança dos territórios indígenas e que era substituto eventual de Xavier no comando da entidade indígena.

O assassinato

Dom Phillips, que era correspondente do jornal britânico The Guardian, e o indigenista Bruno Pereira, que era servidor de carreira da Funai, foram executados em 5 de junho de 2022. Eles trabalhavam em um projeto conjunto para denunciar crimes socioambientais na região do Vale do Javari, onde há maior concentração de povos isolados e de contato recente do mundo.

Na época, o jornalista e o indigenista desaparecerem durante uma expedição na região. Os dois foram vistos pela última vez quando passavam em uma embarcação da comunidade São Rafael para Atalaia do Norte (a 1.136 quilômetros de Manaus).

Somente em 15 de junho, os restos mortais de Dom e Bruno foram encontrados. As vítimas foram mortas a tiros e tiveram os corpos esquartejados, queimados e enterrados em uma cova rasa. Segundo um laudo da Polícia Federal (PF), Bruno foi atingido por três disparos, sendo dois no tórax e um na cabeça, e Dom foi baleado uma vez no tórax.

Os irmãos Amarildo e Oseney da Costa de Oliveira, conhecidos como “Pelado” e “Dos santos”, respectivamente, e Jefferson da Silva Lima, o “Pelado da Dinha”, foram presos suspeitos de cometerem os assassinatos. Além dos três acusados, a PF também apontou, em janeiro deste ano, Rubén Dario da Silva Villar, conhecido como “Colômbia”, como o mandante dos homicídios.

Foto: Mário Vilela/Ascom Funai

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