Bruno Pacheco – Da Redação O Login da Notícia
ITACOATIARA (AM) – Os professores da rede estadual do Amazonas, que aderiram à greve iniciada no último 17 de maio deste ano, foram às redes sociais nesta sexta-feira, 26, relatar “descontos gigantescos” nas folhas de pagamentos, em valores que vão de R$ 600 a R$ 2 mil, por participarem da ação. A categoria alega que a medida é ilegal, já que os educadores recebem pelo período trabalhado ao mês anterior. Em nota, o Sinteam disse que vai acionar a Justiça para ressarcimento das quantias.
“Como é de conhecimento, nós recebemos no mês de maio o mês trabalhado em abril, mas, ontem, ele reabriu o sistema e lançou as faltas no sistema que já havia sido fechado no último dia 20. Por isso, trabalhadores, se você teve descontos de falta de maio em seu contracheque, mande seu contracheque para o e-mail do jurídico do sindicato, que nós estamos preparando uma ação e vamos lutar contra essa arbitrariedade”, declarou a presidente do sindicato, Ana Cristina Rodrigues.
Ao portal O Login da Notícia, o Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Amazonas (Sinteam), que representa a categoria, informou que já chegaram ao e-mail mais de 2 mil contracheques com o desconto na folha de pagamento. Em nota, o sindicato disse ainda que, na ação judicial, vai pedir ressarcimento em dobro das faltas descontadas.
“O sindicato vai se manifestar dentro do processo que está em fase de recurso cobrando que o governo pague os valores descontados em dobro, uma vez que os contracheques de maio já estavam fechados mas, por imposição e ilegalidade, foram reabertos somente para o lançamento das faltas”, comunicou o Sinteam, em nota.
Prejudicados
Para a professora Ana Cristina, na prática, os maiores prejudicados com os descontos salariais são os alunos, já que, com a falta lançada no sistema, os trabalhadores ficam desobrigados de repor os dias de greve. O Sinteam declarou também que estuda outras medidas jurídicas para reaver o valor descontado dos trabalhadores
Outro lado
O portal O Login da Notícia procurou o governo do Amazonas e a Secretaria de Estado de Educação e Desporto (Seduc) solicitando um posicionamento sobre os descontos salarial dos servidores. Até a publicação desta reportagem, sem retorno.
Greve
A greve dos professores da rede estadual de ensino do Amazonas foi instalada no dia 17 de maio deste ano após inúmeras tentativas de diálogo com o Governo do Estado, segundo o Sinteam. A categoria reivindica 25% de reajuste salarial, pagamento das data-bases de 2022 e 2023, cumprimento das progressões horizontais e verticais, entre outros direitos.
Como contraproposta, o governo do Estado ofereceu 8% de reajuste salarial para os professores e o encerramento da greve, no último dia 18, mas os profissionais do magistério recusaram o acordo em todas as 51 cidades onde há profissionais em greve.
‘Justa’
Nessa quinta-feira, 25, em entrevista à rádio Rios FM, o governador do Amazonas, Wilson Lima (União Brasil), chamou a greve dos professores da rede estadual de uma “luta justa”, mas que o movimento não pode prejudicar estudantes. O chefe do Executivo do Estado disse ainda que a mesa de negociações do governo está aberta, mas que precisa da sinalização do sindicato que representa a categoria, o Sinteam.
“A gente não pode prejudicar os alunos por conta de uma luta que é justa dos professores; é justo sim que a gente aumente e encontre caminhos de fazer esse reajuste salarial, mas a gente não pode colocar os alunos e comprometer a educação dessas crianças”, destacou, à rádio.
Lima declarou também que iria divulgar, ainda nesta sexta-feira, 26, uma “estratégia” para repor as aulas dos alunos, o que ainda não aconteceu até o início da noite.
